15 de março de 2011

PLANO NACIONAL DE AÇÃO RELATIVO À DOENÇA DE ALZHEIMER

Norton Sayeg NOTÍCIAS - Saúde

Uma das formas mais freqüentes de demência entre idosos é a doença de Alzheimer, mas a atenção diante desse mal está longe de ser suficiente.

Por meio desse abaixo assinado, profissionais da saúde e familiares esperam obter um apoio prático das autoridades governamentais.

A doença atinge cerca de um milhão e duzentas mil famílias só no Brasil.

Os familiares sentem-se desamparados diante de algo desconhecido , e como se trata de uma doença sem cura e progressiva os cuidadores reivindicam por meio desta petição direito a apoio e informação.

CONHECENDO MELHOR A DOENÇA

Na maioria das pessoas os sintomas aparecem após os 60 anos de idade.

Erroneamente conhecida pela população como “esclerose” ou “velhinho gagá”, não está relacionada com problemas circulatórios.

É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio de funções intelectuais como:

- falta de memória,

-perda de orientação no tempo e no espaço,

- dificuldades com o pensamento abstrato,

-dificuldade no aprendizado,

- incapacidade de realizar cálculos simples,

- distúrbios da linguagem e da comunicação,

- mudança da personalidade,

-incapacidade no julgamento,

-grande dificuldade em realizar as tarefas cotidianas.

Os cientistas ainda não sabem exatamente qual é a causa da doença de Alzheimer, mas é sabido que quanto maior a idade maior o risco.

Não há cura para a doença, mas há tratamento que deve ser iniciado logo no início dos sintomas.

Quanto mais precoce for a instituição da terapêutica, melhor será o resultado , retardando a evolução e até melhorando o declínio cognitivo característico.

O tratamento é farmacológico necessitando de medicamentos específicos, associados com medidas de reabilitação, como a terapia ocupacional e a fisioterapia.

Nós, familiares e profissionais de saúde, convocamos as autoridades a estabelecerem, de imediato, providências diante dessa situação.

Pedimos o seu apoio para a implantação de ações práticas com o objetivo de reconhecer a doença de Alzheimer e outras formas de demência como prioridade nacional de saúde pública e de política social, visando:

· ESTABELECER URGÊNCIA NA CRIAÇÃO E NA IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANO NACIONAL DE AÇÃO, TRATANDO A DOENÇA DE ALZHEIMER COMO PRIORIDADE;

· PROMOVER UMA CAMPANHA NACIONAL, PATROCINADA PELO PODER PÚBLICO, EM PARCERIA COM A GRANDE MÍDIA, VISANDO ALERTAR E INFORMAR SOBRE OS SINTOMAS E OS PRIMEIROS SINAIS DA DOENÇA;

· REALIZAR UM DEBATE NACIONAL QUE ENVOLVA AS AUTORIDADES EXECUTIVAS E LEGISLATIVAS, CUIDADORES, FAMILIARES, PROFISSIONAIS DA SAÚDE, FORMADORES DE OPINIÃO, POLÍTICOS, AGENTES SOCIAIS E ECONÔMICOS, COM O OBJETIVO DE INSTRUMENTALIZAR E POR EM CURSO AÇÕES EMERGENCIAIS, DE ALTA E INADIÁVEL NECESSIDADE.

Contamos com o apoio de todos para que essa situação seja revertida, e para que familiares e vítimas da doença tenham os cuidados necessários e sua dignidade garantida.

Obrigado

Esse movimento nasceu de uma rede de contatos, iniciada pelo Dr. Norton Sayeg, e hoje conta com 1.900 inscritos.

Site para assinar a petição:

www.alzheimeronline.com.br.

22 de fevereiro de 2011

Sarkozy em balanço de Plano Alzheimer

22 de febrero de 2011, 10:00Paris, 22 fev (Prensa Latina)
O presidente francês, Nicolás Sarkozy, visita hoje à cidade de Bordeaux (sudoeste), onde realizará um balanço do terceiro plano contra o Alzheimer, uma doença que afeta cerca de 860 mil franceses.

A estratégia apresentada em 2008 para um período de cinco anos compreende 44 medidas com um fundo de 1,6 bilhão de euros, destinados a melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença e seus familiares e a aumentar a investigação sobre o tema.

Para a presidenta da Associação France-Alzheimer, Marie-Odile Desana, têm-se evidenciado alguns avanços em termos de hospitalização e na formação de ajudantes familiares, mas pode-se fazer mais.

Segundo um estudo divulgado aqui, as famílias dos portadores de Alzheimer devem pagar ao redor de mil euros mensais de seus próprios bolsos por mês para cobrir as despesas geradas por causa desta afetação.

Este é o montante médio a pagar após receber os reembolsos do seguro social e das ajudas destinadas para esta doença, concluiu esta investigação da Associação France-Alzheimer.

De acordo com a pesquisa que acompanhou 500 famílias durante um ano, os afetados gastam entre 1.042 e 1.180 euros por mês em média, sejam atendidos em seu domicílio ou em um centro assistencial.

Estas somas são investidas fundamentalmente em proteções para a incontinência urinária, os cuidados de pele e produtos destinados à higiene, entre outros.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e irreversível que produz um deterioramento das funções cognitivas, como perda progressiva da memória, da orientação, da linguagem, acompanhados de transtornos de comportamento.

Esta doença, que afeta a ao redor de 35 milhões de pessoas no mundo e cerca de 860 mil neste país, é a mais temida pelos franceses após o câncer e os acidentes nas estradas, revelou o Instituto Nacional de Prevenção e Educação para a Saúde (Inpes).

O relatório mundial, publicado por Alzheimer's Disease International (ADI) em ocasião da Jornada 2010, revelou que a doença poderia se duplicar em 20 anos e atingir 66 milhões de pessoas em 2030 e 115 milhões em 2050.

Na França, a cifra poderia chegar a 1,3 milhão de casos em 10 anos, segundo a Fundação para a Investigação Médica.

12 de janeiro de 2011

Os Desafios da Doença de Alzheimer

Autor: Dr. Annibal Truzzi

O crescimento da população de idosos é um fenôneno mundial, e no nosso país caracteriza-se pele sua rapidez. Apesar da maioria dos idosos serem considerados "jovens", nós já observamos o aumento da prevalência das doenças crônicas e degenerativas nesse grupo, dentre elas a doença de Alzheimer. O diagnóstico da doença de Alzheimer é eminentemente clínico e, hoje em dia, nós contamos com classificações diagnósticas bastante sensíveis e específicas que garantem ao médico uma maior acurácia no diagnóstico da doença e, consequentenente. uma melhor diferenciação entre o idoso antes considerado "senil" ou "esclerosado1 e o idoso sadio.

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência no nosso meio. A prevalência dessa doença dobra a cada 5 anos a partir dos 65 anos de idade, o que torna a idade um fator de risco substancial. Além disso, outros fatores de risco incluem o sexo feminino, o baixo nível de escolaridade, história de traumatismo craniano. história familiar positiva e a síndrome de Down.A maioria dos casos inicia-se após os 65 anos de idade e, embora possuam um componente genético, não necessariamente acometem gerações sucessivas de uma família.

O primeiro sinal da doença é o esquecimento para fatos recentes, que se inicia de forma leve e lentamente progride, de modo que o paciente não consegue mais realizar suas atividades habituais corretamente. Logo, a capacidade de organização. planejamento e execução dos cuidados básicos, manejo do dinheiro e o desempenho no trabalho ficam bastante prejudicados. O paciente pode ter muita dificuldade em reconhecer pessoas, passa a se perder com frequência quando sai de casa. As alterações motoras, a linguagem e a escrita ficam preservadas até os estágios mais tardios da doença e, na fase terminal, o paciente não consegue mais se locomover e se alimentar normalmente. A morte desses pacientes está relacionada as complicações clínicas dessa imobilização, como infecções respiratórias, escaras de decúbito, dentre outras.

Mais da metade dos pacientes acometidos pela doença de Alzheimer apresenta alterações de comportamento em alguma fase da doença. Os sintomas comportamentais do paciente representam um dos principais fatores relacionados à sobrecarga do cuidador e à institucionalização precoce do paciente. É fato que com a progressão da doença o aparecimento das alterações de comportamento é maior. Alguns sintomas como apatia, agitação, agressividade e ansiedade são bastante comuns e, mais ainda, esses pacientes também apresentam depressão com bastante frequência. As repercussões tanto para os pacientes quanto para os cuidadores são bastante prejudiciais e incluem uma piora da qualidade de vida para ambos, maior gasto com procedimentos médicos e piora do quadro clínico do paciente, maior adoecimento psíquico e físico para o cuidador.

É importante ressaltar o fato de que o aparecimento de um sintoma psicológico ou comportamental se deve não só a própria doença em si, pelas lesões no sistema nervoso central do paciente, como também pela influência dos fatores ambientais individuais, como o meio onde o paciente reside e a relação com o cuidador.

Atualmente, nós sabemos que tanto o paciente quanto o cuidador sofrem quando a doença de Alzheimer se estabelece. Os cuidadores dos pacientes com a doença de Alzheimer são acometidos por altos níveis de sobrecarga, depressão, ansiedade e de outras complicações clínicas comparados à população geral e aos cuidadores de idosos dependentes devido a outras doenças clínicas. No nosso meio. esse cuidador é geralmente uma pessoa do sexo feminino, com mais de 50 anos de idade e que acumula em si todos cuidados fornecidos para o paciente. A síndrome de Burnout, que se traduz por um esgotamento emocional significativo, também é uma manifestação bastante comum nesses cuidadores, uma vez que eles geralmente não dividem suas responsabilidades com outros indivíduos, possuem pouco treinamento e orientação sobre o manejo do quadro demencial e recebem pouco retorno do paciente e da sociedade em geral. De fato, o isolamento social e a falta de recursos é um fenômeno comum ao núcleo familiar do paciente com a doença de Alzheimer.

O tratamento da doença de Alzheimer envolve abordagens medicamentosas e não medicamentosas multidisciplinares. Apesar de não promoverem a cura da doença, essas abordagens são particularmente úteis na lentificação da progressão da doença e na prevenção e manejo dos sintomas comportamentais. A abordagem do paciente com alguma alteração decomportamento deve ser inicialmente não medicamentosa, analisando-se detalhamente algum fator que possa estar relacionado àquele sintoma, como qualquer necessidade não atendida do paciente e a presença de um cuidador sobrecarregado. Assim, um paciente deprimido pode estar necessitando de maior estimulação social e um paciente agitado pode estar padecendo de um quadro doloroso que precisa ser tratado, por exemplo. O cuidador estressado deve sempre receber orientação sobre a doença e o manejo da doença, por todos os profissionais de saúde que atendem o paciente. Além disso, ele deve sempre procurar a associação de familiares de pacientes com a doença de Alzheimer mais próxima da sua residência, uma vez que elas representam importantes redes de suporte social, ajudando a diminuir o sentimento de isolamento do cuidador e a compreender melhor as repercussões da doença.

Mesmo após cem anos do primeiro caso relatado pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer ainda possui os seus mistérios notadamente em relação a sua causa e mecanismos envolvidos na degeneneração cerebral. Ainda assim, nós sabemos que muito pode ser feito para melhorar a qualidade de vida tanto do paciente quanto do cuidador. Com as estratégias terapêuticas que nós dispomos, muitos pacientes podem permanecer estabilizados do ponto de vista cognitivo e comportamental por vários anos, o que torna o diagnóstico precoce mandatório. Todos nós somos cuidadores em potencial de alguma pessoa a quem queremos bem, embora nem sempre estejamos preparados para vivenciar essa situação. Apesar disso, o ato de cuidar pode ser muito gratificante e significar um último momento nas vidas do cuidador e do paciente de muito respeito e carinho.

Previna-se Mantenha sua mente em plena forma. Passatempos como jogos, palavras cruzadas, quebra-cabeças, bordados, trabalhos artísticos e outras coisas que obriguem a pensar aumentam o número de conexões neurais, ajudando a sua cabeça a se manter saudável e mais 'equipada' e prevenida contra o Alzheimer e outras doenças degenerativas do cérebro. E você ainda ganha em esperteza e rapidez de raciocínio

Dr. Annibal Truzzi

Médico Psiquiatra

Especialista em Psicogeriatria

Membro da Comissão Científica da APAZ

www.apaz.org.br

30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo.

Que Deus abençõe todos os cuidadores e profissionais da saúde.

15 de dezembro de 2010

Alagoas: Estado não cumpre decisão judicial que beneficia portadores da doença Alzheimer

09/12/2010 - 10:38



Juíza Maria Ester Fontan determinou que medicamentos fossem disponibilizados desde agosto deste ano

Ao ser cientificado da situação pela Associação Brasileira de Alzheimer – Regional de Alagoas , a Defensoria Pública de Alagoas, por intermédio do Defensor Público Daniel Alcoforado, noticiou, na última sexta-feira (3,) a postura de desrespeito ao Poder Judiciário por parte da Secretaria de Saúde e solicitou a adoção de medidas coercitivas contra o Diretor de Assistência Farmacêutica, Fábio Pacheco e o Secretário de Saúde, Herbert Motta, obrigando-lhes a cumprir imediatamente a liminar concedida em agosto deste ano.

“São aproximadamente quatro meses sem cumprimento da tutela antecipada, o que representa uma conduta acintosa e desamparada de qualquer justificativa por parte dos agentes públicos, que desprezam completamente a autoridade do Poder Judiciário e colocam em risco a vida de inúmeras pessoas acometidas do Alzheimer e que tem naquele tratamento a única forma de sobreviver dignamente”, afirmou o defensor público.

Segundo ele, a Ação Civil Pública é fruto da Defensoria Pública, através do Núcleo do Idoso, depois do pedido de representantes da Associação Brasileira de Alzheimer – Regional de Alagoas, no começo do mês de agosto. “A Justiça de Alagoas concedeu liminar no mesmo mês determinando que a Secretária de Saúde do Estado de Alagoas e do município de Maceió fornecessem aos portadores de doença de Alzheimer os medicamentos Cloridrato de Memantina 10 miligramas (EBIX, ALOIS) e Rivastigmina Transdêrmica (Exelon Patch), os quais não estão inseridos na relação de medicamentos oficiais disponibilizados à população pelo SUS”, explica o defensor.

No entanto, a referida Associação comunicou a Defensoria Pública que a Diretoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela farmácia de medicamentos excepcionais, está se negando a cumprir a decisão judicial, recusando, sem qualquer justificativa, a recepcionar os pedidos de medicamentos protocolados pelos pacientes.

Decisão obriga que pacientes tenham acesso ao medicamento sem nenhuma burocracia
De acordo com a juíza Maria Ester Fontan na decisão, o Brasil conta hoje com uma população de quase 15 milhões de idosos, e dentre as moléstias que mais os acometem está o Alzheimer – doença crônico-degenerativa, progressiva, que compromete o cérebro, causando a diminuição da memória, dificuldade no raciocínio e pensamento e alterações comportamentais.

“A doença atinge cerca de um milhão de brasileiros atualmente, e um número significativo destes cidadãos necessita do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de socorrer-se para tratamento da doença, e conseqüentemente, submetem-se, por faltar condições de arcar com o alto custo da doença, às conhecidas agruras no SUS”, afirma a Juíza Maria Éster Manso.

A decisão também ressalta que a atual lista do SUS revela-se deficiente e incompleta, quando não leva em consideração as variadas formas de tratamento para a doença e as diferenças e necessidades especiais para o adequado fornecimento de medicamentos que cada indivíduo necessita. “Em havendo urgência nos tratamentos de Alzheimer traduzindo no perigo da demora, reconheço o cabimento da antecipação da Tutela no caso sob análise, inclusive com respaldo jurisprudencial: ‘O direito à saúde é assegurado a todos, devendo os necessitados receber do ente público os medicamentos e exames necessários’ (Aplicação do artigo 196 da Constituição Federal)”, consta na decisão.

Segundo a Juíza, para ter acesso a estes medicamentos, é necessário apenas que o paciente ou sua família busque a farmácia de remédios excepcionais e protocole o pedido das medicações.

Veículo: Defensoria Pública do Estado de Alagoas
Estado: AL