2 de junho de 2010

Alzheimer e Exercício Físico

Vanusa Rosa Ferreira


Há apenas um século, viver aproximadamente uns quarenta anos era uma questão de sorte. No entanto, a expectativa de vida hoje aumentou para setenta e quatro anos para os homens e oitenta anos para as mulheres. Todavia, a ciência ainda quer mais e está empenhando esforços para nos manter vivos por pelo menos uns noventa anos ou mais (SMALL, 2008).
Para Terra et al. (2007), o prolongamento da vida é uma das maiores conquistas da humanidade.De acordo com a organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, 1 a cada 13 brasileiros, será idoso. Com o crescimento da população idosa é inevitável o aumento de doenças relacionadas à idade, em especial as degenerativas.
O ser humano não é capaz de frear o tempo, mas podemos por o pé no freio e desacelerar os efeitos decorrentes do processo de envelhecimento, para tanto é necessário a manutenção de um cérebro vivo e bem nutrido.
A doença de Alzheimer, também conhecida como Mal de Alzheimer, é causa mais comum de demência, uma doença grave que deteriora células nervosas, ocasionando malefícios em áreas vitais do ser humano, tornando o portador dessa patologia, dependente. O mal de Alzheimer e outras patologias incuráveis se transformarão em um dos maiores problemas de saúde pública, devido ao alto custo da doença para os cofres públicos.
Atualmente, a doença atinge aproximadamente 15 milhões de pessoas no mundo, contudo esse número de indivíduos acometidos cresce significativamente de acordo com a idade da população (ARAÚJO E PONDÉ, 2006).
Pesquisas recentes têm demonstrado que o exercício sistematizado e bem orientado é um grande aliado dos idosos, ameniza os efeitos nocivos do envelhecimento, tornando o idoso mais independente e, em especial, no portador de Alzheimer tratar-se com uma intervenção não-farmacológica, extremamente benéfica.
A experiência com os portadores de Alzheimer tem apontado que o exercício físico é verdadeiramente o caminho para uma vida melhor, o movimento traz prazer , alegria, tranqüilidade e disposição para continuar lutando mesmo sem compreender muitas vezes, o que realmente acontece ao seu redor. Não basta viver mais, é preciso dar vida aos anos vindouros.
A cura dessa grave patologia pode estar longe, no entanto, a intervenção está ao nosso alcance. Apesar da doença ter um efeito devastador na família, é preciso ter forças e organizar a vida de forma que a dor possa ser apaziguada. É fundamental que a família e o portador compreendam que não estão sozinhos nessa luta. Uma equipe multidisciplinar está preparada para ajudá-los.
O portador deve ser motivado a movimentar-se, realizar as atividades do dia-a-dia, participar de programas sociais, eventos, teatro, cinema, passeios e oficinas de memória. Exercícios físicos também são recomendáveis, pois são capazes de tornar o corpo do idoso mais forte, saudável, com maior agilidade, melhor flexibilidade e com articulações menos rígidas. Dessa forma, o idoso terá mais disposição para sair, passear e viver.
A atividade física possibilita a manutenção de uma vida mais saudável e com mais qualidade. E, já que o exercício físico tem a possibilidade de estimular diversas funções importantes do organismo, além de proporcionar a manutenção das funções do aparelho locomotor, o mesmo é responsável pelo desempenho das atividades cotidianas e exerce papel primordial no grau de independência e autonomia dos seniores (OKUMA,1998).

Nenhum comentário:

Postar um comentário